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"Pedrógão Grande é uma das grandes terras eleitas pelo sentimento portugês. O Historiador José Hermano Saraiva. Informações retiradas da Agenda Cultural, aquando do programa Horizontes da Memória. |
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O concelho de Pedrógão Grande é um dos exemplos mais perfeitos, do quanto pode e consegue a natureza, quando, resolve contemplar uma terra com os mais diversos atractivos, que percorrendo um caminho entre o belo e o surpreendente, são capazes de enlevar pintores, compositores e poetas.
Os simbolos de Pedrógão Grande:
Pedrógão Grande, com os seus muitos anos de existêcia, conta com um brasão, uma bandeira e um estandarte, de inegável belesa, como se pode ver nas imagens. As bandeiras são esquarteladas de branco e negro, com cordões e borlas de prata e negro, haste e lança de ouro.
O brasão e as bandeiras são apresentadas segundo a ordenação heráldica publicada no Diário do Governo, II Série de 09/05/1953.
Brasão do Município. | Bandeira para hastear em edifícios (2x3). | Estandarte para cerimónias e cortejos (1x1). |
Armas - Escudo de azul com uma águia de prata e de negro, de asas abertas, a olhar o sol de ouro em chefe. Em contra-chefe, um monte de penhascos de prata e de negro, cortado por uma faixa ondada de azul. Coroa de mural de prata de quatro torres. Listel branco com os dizeres: " PEDRÓGÃO GRANDE ", a negro.
Pedrógão Grande é composto por três freguesias, a que lhe dá o nome, a de Vila Facaia e a da Graça, tendo uma população que se aproxima já dos 4500 habitantes e uma área a rondar os 13 mil hectares, como se pode ver no quadro em baixo.
PEDRÓGÃO GRANDE | VILA FACAIA | GRAÇA |
Habitantes | ||
2788 | 702 | 908 |
Área (Ha) | ||
8007 | 1732 | 3120 |
Pedrógão Grande é "um jardim florido em rudes montanhas plantado... Tudo quase uma pedra, mas por entre elias infinitas verduras...". Esta foi a definição encontrada por Miguel Leitão de Andrada para o concelho de Pedrógão Grande. O escritor deixou preciosas palavras em que descreve enlevadamente as belezas dos campos de 200 fontes e cascatas, de flores e bosques frescos, de penediais e vales profundos aqui à volta da sua terra natal. Uma verdadeira festa dos sentidos, é o que também se poderá dizer, quando se depara com tão grande conjunto de potencialidades paisagísticas. Existem os cenários fantásticos, com montanhas despenhando-se a pique, formando gargantas dantescas e a água correndo na mais arrepiante das profundazas, contrastando com os quadros paradisíacos: as águas calmas e puras do Zêzere deslizando entre mantas de arvoredo, a maviosidade do Lago Azul, o sossego das albufeiras do Cabril e da Bouçã e, o verde, uma imensidão de verde.
Pedrógão Grande lembra-nos de imediato a figura de Miguel Leitão de Andrada, esse notável escritor que tendo nascido aqui em 1553, partiu em 1568 para Salamanca para voltar dez anos depois e continuar os seus estudos em Coimbra. Esse grande vulto das nossas "letras" está intimamente ligado a um dos factos mais nefastos da nossa história. Participante da expedição a Alcácer-Quibir, ficou ferido e prisioneiro na batalha alí travada, conseguindo escapar do cativeiro e, regressado a Portugal em 1580, escreveu uma carta a um irmão padre que parece ter sido a primeira notícia, que chegou ao País, da derrota sofrida.
Esta vila teve vários donatários, como o conde de Redondo e o marquês de Castelo Melhor, que exerciam poderes jurisdiciais. Como concelho que era, tinha juiz de órfãos, dois tabeliães um meirinho, um alcaide e um capitão-mor com duas companhias de ordenança.
Em termos de constituição geológica, pode-se dividir o território concelhio em duas zonas: a do interior, xistosa e a do vale e terrenos próximos ao Zêzere, granítica, é o mais importante curso de água da rede hidrográfica, desempenhando também papel de relevo o rio Unhais, a ribeira de Pêra e de Mega. Todos eles são extraordinariamente ricos a nível píscicola, vendo-se espécies como o barbo, a boga e a enguia a continuarem a encontrar as condições ideais para se reproduzirem. Este concelho já foi habitat de inúmeros animais selvagens, e gente nobre de diversas paragens aqui realizou grandes caçadas. Felizmente as condições permitiram que muitas dessas espécies permanecessem fazendo parte duma fauna rica e variada, constituída por inúmeras castas de animais domésticos, de aves, de répteis e de invertebrados.
A vila de Pedrógão Grande, sede da freguesia com o mesmo nome está "situada na planura duma colada, que circunda os rios Zêzere e Pêra... fresquíssima no Verão, com puros e saudáveis ares, que comunicam a seus moradores longa vida...". Este é o início da descrição que Mendes Silva fez da vila e que nalguns aspectos continua actual.
Já mais recentemente, em 1985, José Costa dos Santos diz que a vila "encontra-se situada num amplo planalto, que erguendo-se da ribeira de Pêra e do rio Zêzere, se estende para Norte, numa extensão de alguns quilómetros. Esta, forma como um triângulo, sendo composta pelos seguintes núcleos urbanos: Fundo da Vila, Adro, Devesa, Cimo da Vila e Penedo, ponto mais alto da povoação e, talvez, o mais antigo, ao redor do qual o burgo se foi desenvolvendo. Nos últimos tempos, a fisionomia da vila tem vindo a alterar-se significativamente, expandindo-se para zonas limítrofes como sejam o Pranzel, Vale da Manta e Mem Joanes".
Também como habitat, mas humano, estas terras mergulham as suas raízes em tempos pré-históricos, como o testemunham os machados de pedra polida, possivelmente sílex, encontrados no Cabeço da Cotovia. Também terá aqui estado, uma civilização castreja até à chegada dos romanos, que para vários autores terão sido os fundadores da vila, poderá aqui ter imperado, com a sua fortificação situada no alto do monte de Nossa Senhora dos Milagres, o que é perfeitamente plausível atendendo às condições reunidas com rochedos a prumo e um acesso quase impossível.
Quanto aos romanos, não há a menor dúvida que aqui se fixaram, desse povo também nos fala a lenda dos Petrónios. Já os árabes, não deixando vestígios, a sua presença é no entanto presumível, tanto pela ocupação de povoações vizinhas como pelos topónimos Atalaia e Altardo, lugares da freguesia da Graça, e inegavelmente de origem árabe.
Não se sabe até que ponto Pedrógão terá sofrido as agruras da invasão sarracena, mas de qualquer forma, crê-se que terá ficado despovoada durante as lutas da reconquista cristã. O seu repovoador terá sido D. Afonso Henriques, entregando o seu senhorio a seu filho Pedro Afonso que em 1206, já durante o reinado do seu irmão Sancho, deu a Pedrógão Grande o seu primeiro foral. Mais tarde, onze anos depois, D. Afonso II confirmá-lo-ia para, em 1250, ser a vez de D. Afonso III o fazer. Em 1513, a 8 de Agosto, D. Manuel I concederia o foral novo.
Há mesmo uma lenda que diz estar a origem da localidade ligada a Antígona Renalta, filha do rei Arunce, cuja beleza atraiu a atenção de vários jovens chamados Petrónios, que se dirigiam ao local para a admirar. Porém, tendo-se envolvido em desordem, ficaram conhecidos por Petrónios Grandes os vencedores e Petrónios Pequenos os vencidos, e daqui teria resultado o topónimo.
Só a partir do século XII se encontra documentação escrita referente ao povoamento das extensas terras de Pedrógão. Sabe-se que D. Afonso Henriques fez reconstruir a vila em 1176 doando-a a seu filho Pedro Afonso que lhe veio a conceder foral posteriormente confirmado por vários reis. Ao longo dos séculos os pedroguenses foram observadores e intervenientes activos durante os acontecimentos da nossa história, batendo-se pela independência na batalha das Linhas de Eivas, em 1659 e na resistência às Invasões Francesas, em 1808.
Em 1789 a rainha D. Maria I criou aqui uma escola de latim, que funcionou até ao ano de 1863. Volvidos doze anos, foi criada a comarca de Pedrógão Grande, mas maus ares se aproximavam. A 7 de Setembro de 1895, um decreto extingue o concelho de Pedrógão Grande e integra-o no de Figueiró dos Vinhos, o mesmo acontecendo com a comarca. Três anos se passaram para que o município fosse restituído, o mesmo não acontecendo com a comarca.
Duas notas dominantes caracterizam Pedrógão Grande: a austeridade dos seus edifícios e a grandeza dos seus territórios. Mas não se julgue que é uma austeridade fria; os pequenos jardins entre muros, os alpendres bem lançados, os cunhais graníticos de blocos não alinhados, as janelas mais decoradas num ou noutro ponto e o largozito atraente junto a uma velha capela despretensiosa, são atractivos singulares que captam e agradam marcando a dignidade duma arquitectura severa, mas não despida de trechos de graça, bem como providos como de alegria discreta.
Na Rua 5 de Outubro e na Rua Rica alinham-se várias casas antigas, solarengas e de porte admirável, pertencentes a ilustres personalidades da vila de Pedrógão Grande, sendo estas duas ruas as mais imponentes até então. Saliente-se uma casa nobre na Rua Rica, com janelas de cantarias moldadas e contramoldadas, de tipo quinhentista e em frente à igreja paroquial uma outra casa, cheia de carácter; o portal abre-se num muro altinente à construção, que é setecentista.
A igreja matriz, monumento nacional, impressiona pela robustez da sua construção, agora valorizada, com a introdução de ilumínação rasteira. Este templo data do século XII, reconstruído no século XVI, tendo a torre dominante da fachada sofrido arranjos no século XVIII, com a sua cobertura com o traço típico de então. A fachada tem três corpos distintos, correspondendo, interiormente, às naves. O interior é coberto por tectos de madeira. As tramas são preenchidos com arcaria de volta inteira, que assenta em dez colunas graníticas da ordem jónica. A capela-mor cobre-se de uma abóbada artesoada de cinco bicetes com rosetões dourados. O retábulo é de predaria do renascimento coimbrão, esculturado e pintado, formado por um nicho grande, central, e quatro laterais, onde estão as imagens dos quatro evangelistas, atribuídas a João de Ruão.
Todos os povos, desde os mais recônditos tempos, tiveram os seus momentos de recreio. Estes manifestam-se em todo o seu esplendor nas festas e romarias mas também nas feiras, fenómeno socio-económico muito antigo que hoje tem tanto de comercial como de lúdico.
Pedrógão Grande tem feira ordinária na primeira segunda-feira de cada mês, excepto em Agosto. Mas a feira por excelência é a anual, a 24 Julho, muito concorrida e de grandes tradições, no concelho. Em tempos, a mesma prolongava-se por três dias, 23, 24 e 25 do Julho. O mesmo se pode dizer da feira de Santa Catarina, a 25 de Novembro na freguesia de Vila Facaia, muito típica, atrai muita gente para comer a sardinha assada e provar o vinho novo.
DATA | ACTIVIDADE |
Mercados semanais | |
Segunda-feira | Pedrógão Grande (Mercado Municipal). |
Domingo | Vila Facaia. |
Domingo | Graça. | Feiras mensais |
1ª segunda-feira de cada mês | Pedrógão Grande (Feira Municipal). |
As festas de Pedrógão vêm dum passado longínquo. No século XIX, Pinho Leal já falava das antigas e extraordinárias festas aqui realizadas. As principais são as da Semana Santa, cujo ponto alto é a procissão do "Enterro do Senhor", esta que actualmente, contempla um presépio vivo, momento de rara beleza, as romarias à Senhora da Piedade e Nossa Senhora dos Milagres, que em tempos atraía romeiros de todo o distrito.
DATA | ACTIVIDADE |
Abril | |
Semana Santa | Festas da Semana Santa em Pedrógão Grande. |
1º fim de semana após o 25 de Abril | Festa do Senhor dos Aflitos. |
Junho | |
Dia 10 | Festa do Senhor dos Bons Caminhos em Regadas. |
Dia 12 | Festa de Santo António nos Pesos Fundeiros. |
Julho | |
Dia 24 | Feriado Municipal de Pedrógão Grande e Feira do Ano no concelho. |
Semana que contempla o dia 24 | Festas de Verão de Pedrógão Grande. |
Agosto | |
Dia 15 | Festa de Senhora da Graça na Graça. |
1º fim-de-semana | Festa da Senhora da Estrela na Graça. |
2º domingo | Festa da Senhora da Consolação, Escalos do Meio. |
3º domingo | S. Vicente Ferrer em Troviscais Cimeiros. |
Santo António | Santo António em Salaborda Nova. |
Último domingo | Festa da Senhora da Saúde em Louriceira. |
Senhora do Rosário | Festa da Senhora do Rosário, Derreada Cimeira. |
Setembro | |
1º domingo | Festa da Senhora dos Milagres em Pedrógão Grande. |
Fim-de-semana após o dia 8 | Festa da Senhora da Piedade em Vila Facaia. |
3º fim-de-semana | Festa da Senhora do Carmo no Lugar da Picha. |
Dia 25 | Festa de Santa Lurdes em Escalos Cimeiros. |
Outubro | |
1º domingo | S. Vicente dos Pinheirais em Mó Grande. |
Novembro | |
Dia 25 | Feira anual de Santa Catarina, Vila Facaia. |
Actualmente, a juntar a estas realizações, juntam-se outras, como as festas de verão, no decorrer da semana que contempla a feira anual e um pouco antes, em Junho, realiza-se o festival de bandas, do concelho, tendo a sua primeira edição, ocurrido no ano de 2000. Esta última, proporciona aos seus visitantes um espectáculo pirotécnico e multimédia, no leito da albufeira do Cabril, possíbilitado pela sua nova localização, a puquicimos metros da referida. É um espectáculo de cor, luz e som, quase inigualável, daí o sucesso desta realização, que atrai cada vez mais pessoas a Pedrógão Grande, nesta altura, de início de verão.
Mas qualquer altura do ano é boa para vir a Pedrógão Grande e deleitar os sentidos com os seus encantos naturais, complementando-os com as delícias gastronómicas. Por exemplo, no restaurante panorâmico, virados para a majestosa albufeira da Barragem do Cabril, a mais alta do País, apreciando as trutas grelhadas, o achigã e bordalo com molho verde, o bucho de porco recheado e o mel, ou então nos muitos e variados restaurantes localizados dentro da vila, com ar acolhedor e tradicional, proporcionando aos visitantes o desejo de cá voltar.
Depois para eternizar a visita a Pedrógão Grande, o artesanato local oferece os seus pequenos cortiços decorativos, os bancos de costurar em cortiça, as latoarias, a cestaria e a tecelagem, visitando o posto de turismo ou nos vários artesãos do concelho.
Adaptação e tratamento de excertos de textos, retirados dos sites da zona do pinhal, da Câmara de Pedrógão Grande e orelhas.pt. O meu muito obrigado a todos.
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