A cidade de Alverca do Ribatejo está situada entre as cidades de Vila Franca de Xira e Lisboa. Localizada a sul de Vila Franca de Xira à distância de 7,3 quilómetros, e a norte de Lisboa distando desta 10 quilómetros.
Encontra-se junto às antigas portas de Lisboa, definidas por dois belos e airosos obeliscos, mandados construir pela rainha D. Maria I em 1782, que limitavam, na época, o princípio e o fim da cidade de Lisboa e o sul do Ribatejo.
Pertence ao concelho de Vila Franca de Xira e ao distrito de Lisboa e muito embora pertencendo à província da Estremadura, está localizada na região do Ribatejo.
Alverca do Ribatejo tem o apelido regional, para a distinguir da sua homónima beirã (Alverca da Beira), situada entre Pinhel e a Guarda.
Alverca é uma das freguesias mais importantes e a segunda em superfície, do concelho de Vila Franca de Xira. A área da freguesia é de 19,01 quilómetros quadrados e confina com as freguesias do Sobralinho e Alhandra, de Vialonga e Forte da Casa, da Calhandriz, Bucelas e Vialonga. Banhada a nascente pela margem direita do rio Tejo, é constituída, em parte, por uma aprazível planície e o restante por outeiros e vales.
Não existe uma certeza quanto à data da sua fundação, no entanto suspeita-se que tenha sido fundada no século IX ou X pelos árabes. Foi inicialmente e até 1855 foi sede do concelho, tendo passado depois por uma fase de alguma estagnação, em contraste com Alhandra, mas principalmente com Vila Franca de Xira, que seguiam uma marcha ascensional. Esta ascensão deveu-se, em grande parte, a estas duas localidades estarem localizadas mais perto do Rio Tejo e possuírem melhores condições de acostagem de barcos de maior calado, transportes privilegiados na época pelas indústrias, através dos quais recebiam e escoavam os seus produtos. Este declínio de Alverca pertence ao passado e actualmente, só se conhece a palavra PROGRESSO.
Fundada a nacionalidade Portuguesa, o rei D. Afonso Henrique dá início ao alargamento do seu território. Depois da conquista de Santarém, em 1147, segue-se Lisboa e outras praças importantes como Sintra, Palmela e Almada. É neste período que Alverca e outros pequenos povoados foram anexados pelas aguerridas hostes de D. Afonso Henriques. O mesmo rei doou-os aos estrangeiros (cruzados) que o ajudaram na conquista de Lisboa e estes os repovoaram. Aqui, pensa-se, vivia uma pequena comunidade de mouros que habitavam a colina do Castelo e talvez, no sítio do Adarce. Viviam da agricultura, da caça, da pesca e da extracção de sal do qual faziam comércio. E tudo indica que assim fosse, devido aos toponímicos existentes, como Adarce (À-de-Arce), Á-dos-Potes, À-dos-Merlos, Arcena (À-de-Cena), etc. Alverca, por sua vez, deriva da palavra árabe "Alborca" que significa terra apaulada, alagadiça. Fundada ou não pelos árabes é habitada desde a fundação da nacionalidade.
Alguns investigadores afirmam terem existido sepulturas de templários na Igreja de São Pedro de Alverca. Alverca, por volta de 1850, era juntamente com os seus arredores, lugares e casais, uma das mais lindas terras do Ribatejo. Pequena vila aconchegada e pacata, com o seu conjunto de casario branco, trepava de mansinho para chegar à Igreja Matriz e ao Castelo, erguidos lá no alto da colina, onde se instalou o primitivo aglomerado populacional. As actuais escadas de acesso à Igreja foram construídas em 1854 e pouco tempo depois as arrecadações sob o Adro. A calçada das Pias até ao largo do Castelo foi construído nos primeiros anos deste século, primeiramente como escadas e, alguns anos depois, estas foram substituídas pela calçada. O acesso a estes pontos, por estes mesmos locais, era feito pelos morros então existentes.
Em 1856, dá-se a inauguração dos Caminhos de Ferro e desde o Cemitério de S. Sebastião (cemitério velho) até ao Tejo, era toda uma extensa Lezíria. Alverca, tinha então aos seus pés, vastas e férteis planícies, cercadas por aprazíveis quintas, de alguma abundância extraordinária em toda a qualidade de produtos agrícolas. Esta inauguração veio melhorar os transportes principalmente com a capital, mas o desenvolvimento de Alverca só começou, ainda que um pouco lentamente, em 1918 com a instalação do Parque de Material Aeronáutico e sucessivamente outras Unidades Militares.
O desenvolvimento habitacional dá-se por volta de 1927, com o inicio da abertura da Avenida Capitão João de Almeida Meleças, a qual veio permitir a construção de novas habitações.
Nos princípios do segundo quartel deste século, dos Altos do Moinho e da Forca ou de junto à Igreja e Castelo, desfrutava-se todo um panorama deslumbrante dos mais lindos que o Ribatejo nos oferecia, principalmente com o nascer e o pôr do sol. Era um panorama que se estendia pelas Lezírias, mouchões do Tejo e grande parte das margens deste e, por outro lado, tendo como pano de fundo os seus montes arredondados em cujas encostas de cor verde-negro predominavam o mato, as urzes e a oliveira. Viam-se o Alto da Portela, o Forte da Aguieira e os lindos vales de Arcena e Calhandriz. Outrora a vida era muito monótona.
À noite, as pessoas sentadas em casa à luz de azeite ou petróleo conversavam e, a um canto, as nossas avós rezando as suas contas, ouvindo as conversas e por vezes, contando as suas lindas e maravilhosas histórias e lendas.
Freguesia quase exclusivamente rural sofreu, porém, a partir da 2ª Guerra Mundial, grande explosão industrial e demográfica, tornando-se na freguesia mais populosa de todo o concelho. Cresceu a um ritmo acelerado, entregou-se à indústria, ao comércio e ao sector de serviços. Tornou-se abrigo de migrações de portugueses de todas as regiões do País, em busca de novos empregos ou só de dormitório, ao que não é alheia a proximidade da capital. População que está, em grande parte, completamente desenraizada sócio-culturalmente do novo meio, mas que, aos poucos, com os filhos aqui nascidos, estudando, trabalhando e convivendo, se vai integrando na vida local.
Terra de situação privilegiada, desde os seus bons ares até aos meios de comunicação, tornou-se moderna e confortável. Em 1988 teve início a construção de um jardim Parque que, actualmente, é um dos mais lindos e espaçosos de todo o concelho de Vila Franca de Xira. Todo este desenvolvimento contribuiu para que, hoje, Alverca seja conhecida não só pelos seus saborosos e afamados queijos de ovelha, os seus bolos de Natal e os seus aviões.
Assim, Alverca foi elevada à categoria de CIDADE
em 9 de Agosto de 1990, conforme aprovação da Assembleia da República
em 13 de Julho de 1990. Desde a então pequenina e modesta "ALBORCA"
ou "ALBIRCA", até aos dias de hoje, que caminho percorrido,
quanto trabalho dor e alegria, quantas evocações, quantos romances
e histórias se poderiam contar.